sexta-feira, 7 de agosto de 2009

De repente, saudade

Hoje bateu uma saudade danada da querida Faculdade de Direito da UFC, a velha Salamanca. Na verdade, tenho saudade mesmo é dos que por lá circulavam, do burburinho das idéias, das revoluções por minuto, do movimento estudantil, dos debates profundos e da conversa jogada fora na Cantina do Dão, no pátio do prédio velho e nos bares adjacentes e nos nem tão adjacentes assim. Bebida para o corpo, poesia para a alma: binômio indispensável pelos adoráveis boêmios que abundavam naquela casa.
Li há muitíssimo tempo uns versos do Bandeira que achei incríveis. Não sabia o porque de sentir que eles diziam algo para mim. Só hoje percebi que eles tem muito a ver com essa nostalgia sempre latente que, de vez em quando, aflora intensamente.

Mas meu quarto vai ficar
Não como forma imperfeita
Neste mundo de aparências
Vai ficar na eternidade
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!
(Manuel Bandeira - Última Canção do Beco)

É assim que funciona a lembrança daquele tempo. Eu não existia nele, mas ele em mim. Ainda bem, pois assim jamais morrerá.

Cheguei à óbvia conclusão que o lugar não muda, nem mesmo seu "espírito". As pessoas é que mudam. A Salamanca não envelhece, não deixará de ser campo fértil para idéias e sonhos. Nós é que envelhecemos.

Nenhum comentário: